terça-feira, 18 de maio de 2010

Casamos?

Depois de vários meses de espera, uma ida do diploma ao Tribunal Constitucional, e a espera óbvia que o Papa passasse por cá, o Presidente da República, muito contra a sua vontade, lá promulgou o transcendente diploma que permite que pessoas do mesmo género se casem. Foi uma espécie de , "se não os podes vencer junta-te a eles". O nosso PR, pode ter todos os defeitos e mais algum, mas não é burro. Sabia de antemão que se o vetasse por agora, o dito diploma seria votado de novo no parlamento, aprovado por maioria absoluta e nada mais poderia ser feito pelo PR senão a sua promulgação obrigatória em oito dias. Sendo assim, não valeria a pena "engonhar" mais e por isso decidiu promulgar. Deixou claro, no entanto, que considera que os homossexuais devem efectivamente ter acesso a determinados direitos concedidos pelo casamento, mas ao abrigo de uma figura jurídica com outro nome! Ora bem, para onde foi a inteligência nesta altura? A verdade é que, por muito inteligentes que sejamos, por vezes, há preconceitos de tal forma vincados na nossa personalidade que nem sequer concebemos a hipótese de raciocinar sobre o assunto.
"Que se casem sim, mas chamem-lhe outra coisa" Vão desculpar-me, mas este é o tipo de emissão que não posso deixar de achar completamente imbecil!
Por outro lado, anda meio mundo a dizer que o país tem neste momento assuntos muito mais importantes para resolver, pelo que não se deveria estar a dar tanta importância a uma situação destas. Pois o nosso PR, que aparentemente concorda com isso, resolveu parar o país e fazer em directo uma declaração sobre o assunto. Pois bem, ao que parece, o Cavaco, acha que o assunto é realmente importante, senão para quê tanta parafernália?

Na ressaca de uma decisão inevitável começam as reacções (de quem obviamente não sabe o que é o guronsan)...

Diz o Sr. Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa: “A Igreja não tem atitudes discriminatórias contra ninguém e está plenamente convencida de que a situação destas pessoas poderia ser resolvida de um modo diferente. Isto é, não equiparando ao estatuto da família” 

????? Eu não discrimino ninguém, só "aquelas pessoas" que constituem famílias a que eu me recuso a dar esse nome...

Por favor! Se não têm argumentos, pelo menos não nos insultem com declarações destas!! Eu não tenho nada contra o facto de as pessoas afogarem as mágoas em vinho de sacristia, mas pelo menos deixem passar o efeito até proferir juízos públicos.

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